Perto desse porto, há uma farpa que fere
me divide, disperça de deixar doido
certo desse corte, parto ou me perco
na pausa que há na pauta do meu peito
delito ou me dispeço, dou um passo ou paraliso
me falta um final feliz pra esse filme
desatino ou desespero, escondo ou escancaro
ou finjo e fujo na fraca frase desse fôlego
vou seguindo e o porto fica atrás
vou matando esse dia
vou esconder a falta que "cê" faz
nas rimas da poesia...
longe do teu leito, insônia e incêndio
é fogo na forma de frio, é o forro
o som do teu silêncio, rapta o meu ritmo
confesso confundo compasso composto
mudo a melodia, e um verso vivo vem
a luz da lua me lembrar,
que sou escravo do que escrevo...